A The Economist no Brasil esta semana está focada em para onde o Brasil está indo na próxima década. Estão sendo comentados uma série de pontos levantados durante as discussões em um fórum do LinkedIn sobre o futuro da indústria de TI (tecnologia da informação) no Brasil. Abaixo fazemos um breve resumo do que vem sendo discutido. Estaremos acompanhando.
Os últimos dados da Economist Intelligence Unit (EIU) preveem que o Brasil está prestes a ultrapassar o Reino Unido para se tornar a sexta maior economia do mundo – medido pelo PIB. Este é um marco histórico e deixa a França e a Alemanha como os únicos países europeus que ainda são economicamente mais fortes que o Brasil.
No entanto, a EIU prevê que até o final desta década as coisas fiquem muito diferentes. Os cinco principais países do mundo classificados por PIB serão a China, EUA, Índia, Japão e Brasil, nessa ordem. E, ao olhar para as previsões, percebemos que o Brasil é um jogador de alto nível, com os EUA e a China.
Obviamente, a TI vai ser o instrumento na concretização dessa ambição. A indústria de TI(tecnologia da informação) no Brasil já é enorme e está crescendo. Uma vez que o expertise comece a ser aplicado no mundo, haverá muito pouco que possa impedir o Brasil de se tornar uma superpotência hi-tech. Como a Índia ganhou a sua reputação como um gigante de TI em apenas uma década no passado, o Brasil pode fazer o mesmo.
Mas há obstáculos à frente. O Brasil tem uma enorme oportunidade para ser um dos jogadores top do mercado mundial em TI (tecnologia da informação), mas há uma necessidade de se concentrar em várias áreas-chave de modo que isto possa acontecer.
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos
Com apenas três anos para começar, é preciso que haja um impulso imenso agora para garantir a infra-estrutura vai estar pronta e número suficiente de pessoas serão treinadas.
O déficit de competências
O enorme crescimento econômico e as oportunidades no Brasil estão levando a um déficit de competências distintas em TI. O governo está tomando conhecimento, mas quase todas as soluções planejadas estão focados no longo prazo, sem dar atenção para a crise imediata.
Serviços de exportação
Incentivos fiscais estão sendo introduzidas, mas o governo continua a mexer na política fiscal e exportação. É necessária uma análise completa para determinar como o governo pode melhor apoiar as empresas do século XXI a exportar serviços e produtos na Internet.
Outsourcing
O direito laboral não foi atualizado ao longo de décadas no Brasil – e foram deixados resultados nebulosos nas áreas de outsourcing, freelancing e contratos de curto prazo. O governo criou uma comissão para tratar da terceirização, mas o foco ainda não foi determinado.
Formação em Inglês
Brasil usa Português como língua nacional e Inglês não é necessário na maioria dos postos de trabalho, mas, se a indústria de TI (tecnologia da informação) vai tirar proveito de oportunidades globais, a indústria deve garantir que haverá mais falantes de Inglês. Atualmente, os programas do governo de ensino de Inglês estão focados apenas em pessoas que irão interagir com os turistas e não profissionais de TI.
Há ações mais importantes que precisam ser encaminhadas na área de TI neste momento.
Migração
Para evitar perder a força, seria aconselhável criar um regime temporário de migração, permitindo que os trabalhadores altamente qualificados, com experiência genuína e qualificações em TI possam trabalhar no Brasil. Vistos de trabalho poderiam ser oferecidos em uma base limitada apenas, e os programas de longo prazo de geração habilidades devem continuar. Esta migração de trabalhadores altamente qualificados de TI ajudaria a evitar a falta destes recursos ao longo dos três anos críticos para 2014.
Como mencionado a comissão do governo sobre terceirização precisa anunciar seu escopo, metas e datas projetadas para relatar recomendações ao parlamento. Há muitas práticas ocorrendo na surdina porque a lei em torno de contratação não está definida – e não é desejado que se fique em uma situação sem definições claras.
Treinamento de Inglês para tecnologia da informação
Havia um programa de treinamento de Inglês para profissionais de TI em 2006. Ele foi abandonado este ano porque não havia dinheiro suficiente para aprofundar o que precisa ser feito, e ele não foi projetado em torno de padrões internacionais.
Se o Brasil é uma economia séria e global, então é preciso haver um plano e orçamento para um novo programa de formação – mesmo que seja apenas parcialmente financiado, com empresas ou indivíduos que compõem o valor final.
O Brasil tem uma indústria de TI que compete com muitos domínios industriais, com pessoas altamente qualificadas e criativas. Esta indústria tem agora a oportunidade de ir à liderança internacional global. Isto não será alcançado através da oferta de recursos de baixo custo para países ricos, o Brasil tem alguns dos melhores conhecimentos técnicos do mundo e terá sucesso por ser o melhor, não o mais barato.
>Mas as demandas de crescimento da sociedade global da informação, muitas vezes entram em conflito com os elementos mais burocráticos da sociedade brasileira, em que os executivos passam horas na fila dos cartórios para carimbar um documento oficial, onde ele pode levar meses para constituir uma sociedade de responsabilidade limitada e onde os impostos e tarifas pode destruir o valor de qualquer das transações transfronteiriças. Esta realidade desinfla os sonhos de muitos empresários.
Como a pesquisa recente da Brasscom destacou, o Brasil tem a oportunidade de liderar uma indústria global focada em tecnologia da informação que não só irá criar riqueza para poucos. Ele vai gerar empregos e riqueza para milhões de cidadãos, ajudando a assegurar ao país alcançar este objetivo de ser a quinta economia mais rica do mundo em 2020.
Aqui é a próxima década, a década do Brasil TI!
Fonte: It Decs