Mesmo com o crescimento do comércio online, veja como os shoppings podem fazer desse concorrente, um parceiro.
Pelo menos uma das grandes administradoras brasileiras de shopping centers trabalha seriamente no desenvolvimento de um marketplace digital, ou mais conhecido como e-commerce, um portal para viabilizar vendas online de produtos de seus lojistas. O raciocínio por trás da iniciativa é simples – já que é inevitável o avanço do varejo online, impulsionado pelo desejo dos consumidores por canais onipresentes, melhor seria o próprio shopping explorar essa oportunidade, uma vez que já possui em seu portfólio de clientes um conjunto de marcas expressivas. Ao invés de reuni-las somente em um mall físico, essa empresa pretende agrupá-las também em um ambiente virtual.
O dilema de aderir ou não às vendas pela internet não é novo para a indústria de shoppings. No final dos anos 90, em plena era da ‘bolha da internet’, grandes empresas americanas do setor, como a GGP e outras, aventuraram-se em portais para venda online. No final das contas viram que o negócio não era tão lucrativo assim e desistiram da aventura. Agora, entretanto, o cenário é diferente. O e-commerce cresce de maneira consistente, alimentado pela necessidade dos consumidores de otimizar tempo e pelo desejo de aproveitar ofertas.
No Brasil, estima-se que cerca de 3% das vendas do varejo já sejam canalizadas pelo canal da internet. Parece pouco, mas esse percentual é perto da metade do que representam as vendas online em um mercado maduro como o dos Estados Unidos. Além do mais, a cada ano novos consumidores experimentam as vendas online no Brasil – segundo o e-bit 10,3 milhões de brasileiros fizeram compras na web pela primeira vez em 2012. Ainda segundo o e-bit, os produtos mais comprados aqui pela internet são, pela ordem, eletrodomésticos, moda e acessórios, saúde, beleza e medicamentos, informática e casa e decoração . Todos eles segmentos importantes para os shopping centers.
Outras questões importantes esperam por respostas dos shopping centers. Por exemplo, uma das estratégias atuais dos varejistas virtuais e multicanais são os armários em locais de intensa movimentação, onde os clientes podem retirar produtos comprados online, reduzindo os custos de delivery e a inconveniência de ter que estar em casa na hora da entrega. A Amazon é uma que aposta firme nessa estratégia dos lockers. O cliente pode pesquisar o produto pelo portal e comprar na loja, mais conveniente para aqueles que receiam disponibilizar seus dados na internet.
A pergunta que se fazem muitos shopping centers é: vale a pena ganhar dinheiro alugando espaços ociosos em corredores secundários do mall para os armários dos varejistas puramente digitais, mesmo sabendo que eles concorrem diretamente com os lojistas do shopping? Vale lembrar que estes questionamentos surgem exatamente em um momento em que os shoppings no mundo todo e também no Brasil buscam novas fontes de receita para manter em alta a lucratividade.
Que a ideia de shopping center está em transição, disso não se tem mais dúvida. Assim como o mall redefiniu as lojas de departamento, não seria exagero dizer que o e-commerce está redefinindo o shopping, que assume um papel ainda mais abrangente de polo social, onde pessoas se encontram, se informam, socializam e consomem – uma verdadeira ‘rede social offline’. Nesse cenário, ganham força setores como o de gastronomia, entretenimento e serviços e aumenta ainda mais a importância de fatores como a ambientação, conforto, limpeza e segurança. Por outro lado, cresce o desafio de converter em consumidores pessoas que muitas vezes vão ao shopping apenas para passear. É nesse contexto que se discute a possibilidade dos shoppings tornarem-se players relevantes no comércio virtual.
A Titan Software possui um e-commerce acompanhado de diversas ferramentas, para que os varejistas possam desenvolver seu comércio, nesse crescente canal de vendas.
Fonte: GS&MD – GOUVÊA DE SOUZA